A sala de aula desmancha no ar
No manifesto comunista Marx (1818-1883) e Engel (1820-1885) subverteram formas tradicionais de pensar a história social. Para eles, uma leitura crítica do mundo deveria problematizar a não permanência das coisas. A sociedade sempre está em movimento e mudança. Será possível analisar o que já foi a partir dos indícios do presente? Como aprender com esse movimento? Mais adiante Marshall Berman (1940-2013) amplifica essa crítica. Especialmente em “Tudo que é sólido desmancha no ar” (1982).
A sala de aula, como todo espaço social, desmancha no ar. Formas estabelecidas de ensino se desgastam e envelhecem. Se nada resiste ao tempo, o que sobra? O rastro deixado apenas evidencia quais movimentos rítmicos foram possíveis. O que permanece são os efeitos dessa passagem — índices de outros movimentos e, também, a sensação de obsolescência.
Aquela aula, aquela… Não existe mais.
Aquela sala de aula, aquela… já mudou.
Aquelas tecnologias… não existem mais.
Aquelas metodologias, aquelas… são outras.
Transpiramos o tempo que já foi!
Tudo bem. As coisas são assim. Ainda que não mais assim.
Se tudo muda em todo lugar ao mesmo tempo (como no filme “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo“), as escolhas determinam parte do encadeamento de eventos.
Aquela aula… foi a aula possível.
Ritmosofia!
Atualizado em 11/05/2025